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O que poderia dar errado na vida de um concurseiro que se matricula em um excelente curso preparatório, acompanha as aulas com atenção, lê todos os materiais com cuidado, e ainda resolve muitas questões em casa, para testar seus conhecimentos?
A resposta para essa pergunta é: tudo.
Olá! Meu nome é Leonardo Maia, servidor público federal e seu novo parceiro na sua jornada concurseira – e eu vou te contar como foi que eu descobri que a estratégia que eu descrevi acima, tão recomendada aos concurseiros, está longe de ser uma solução pronta e acabada para quem quer passar em um concurso público – e qual é a verdadeira atitude que vai te ajudar a atingir esse tão sonhado objetivo.
1. Como as falhas do mercado concurseiro me obrigaram a me tornar um estudante melhor
Foi assim que a minha jornada concurseira começou: fazendo o que todos fazem.
Uma das minhas primeiras atitudes pós-formatura foi a de procurar o melhor curso preparatório da minha cidade.
Quando as aulas começaram, eu comecei a acompanhá-las com toda a atenção, fazendo minhas anotações, como sempre havia feito. O processo não parecia tão diferente daquele que já havia me levado até a universidade federal duas vezes: acompanhar aulas, fazer exercícios. A maioria dos professores explicava a matéria muito bem, e eu, como todo aluno razoável, fazia a minha parte. Tudo parecia correr como esperado.
Porém, com o passar dos meses, eu comecei a desconfiar que havia algo errado. Aos poucos, foi ficando claro que a minha estratégia resumida a “aulas e exercícios” até trazia resultados… mas só até certo ponto.
Assim como qualquer candidato, ao acompanhar as aulas eu aprendia várias informações, e as minhas notas nos simulados tendiam a subir. Não havia grandes problemas de concentração ou disciplina (não além daqueles que todo ser humano normal tem – falarei sobre isso em outro artigo); e, mesmo assim… logo ficou claro que, se algo não mudasse na minha estratégia de preparação, eu acabaria entrando para aquele enorme grupo de alunos que repetem a velha frase: “até fui bem na prova, mas não passei“. (Provavelmente você conhece vários concurseiros que repetem essa frase algumas vezes por ano).
E foi aí que, ao invés de fazer como o restante dos meus colegas e fingir que tudo estava bem, eu decidi investigar qual era o problema. Como os professores não pareciam ser capazes de me oferecer uma solução, eu comecei a procurar ao meu redor, até que encontrei um possível salvador: um colega de faculdade que estudava no mesmo cursinho, e que já era servidor público.
Desde quando cursávamos a graduação em Direito, esse já ocupava um concorrido e bem remunerado cargo de nível médio. Isso o tornava a pessoa ideal para me mostrar o que é que eu estava fazendo de tão errado na minha preparação. Por isso, eu não perdi tempo: na primeira oportunidade que tive, eu o procurei depois da aula e chamei para uma conversa sobre o assunto mais importante de nossas vidas naquele momento: concursos públicos.
Essa foi uma das coisas mais importantes que eu fiz durante a minha preparação: pedir ajuda a uma pessoa que saiba o que está fazendo.
Antes de ter essa conversa com o meu amigo, eu apenas achava que ele fosse uma pessoa inteligente. Porém, dali em diante, por outro lado, eu percebi duas coisas:
- eu estava diante de uma pessoa que sabia muito sobre passar em concursos;
- embora ele estudasse no mesmo curso e assistisse às mesmas aulas que eu… seus bons resultados nas provas de concurso tinham muito pouco a ver com isso.
Exatamente. Os resultados do meu amigo eram construídos longe da sala de aula. E com isso eu não estou falando de “revisar com atenção aquilo que os professores ensinaram”… o que estou dizendo é que ele construía a própria preparação de forma autônoma, paralela, e altamente estratégica.
Não por acaso ele tem a mesma profissão que eu: Analista Judiciário.
A conversa que tive com esse amigo, um habilidoso concurseiro, me levou a uma longa reflexão. Daí em diante, o que aconteceu foi uma radical mudança na forma como eu me preparava para o concurso. Eu passei a construir meu próprio método e ajustá-lo constantemente; quanto mais eu avançava, mais ficava claro que não existe plano de aulas que possa conduzir um candidato até um cargo público.
Quanto mais eu evoluía como candidato, menos eu comparecia às aulas – afinal, à medida que eu aprendia como proceder nos estudos, o meu tempo precioso era muito mais bem investido quando eu ficava em casa, conduzindo a preparação do meu jeito.
Eu sei, essa atitude pode parecer meio rebelde. Mas alguns meses depois, quando o concurso finalmente aconteceu, qual foi o resultado da minha rebeldia?
Com todas as dificuldades, e depois de precisar fazer vários ajustes no plano, a minha história teve um final feliz: mesmo em um cenário marcado pela escassez de nomeações, eu estava entre os 0,17% no topo da lista de 12 mil candidatos. E eu consegui isso na primeira tentativa.
É impossível descrever a sensação de ler o seu próprio nome do Diário Oficial. Poucos meses antes disso acontecer, a perspectiva de trabalhar na capital onde nasci, sendo bem remunerado e trabalhando de casa, parecia algo surreal… pouco mais que um sonho. Porém, a partir daquele momento, essa passou a ser a minha realidade.
Antes, eu me sentia envergonhado quando estava perto de outros servidores do Judiciário Federal. Agora, eu havia me tornado um deles.
Poucos anos depois, quando concluí minha pós-graduação em Direito, nasceu o Mapa da Aprovação: um projeto cujo objetivo é o de combater a mentalidade coletiva equivocada que predomina entre os concurseiros. Se eu tivesse que resumir os nossos valores em poucas frases, talvez elas fossem estas:
- Não, não é suficiente que o candidato “se sente na cadeira e estude”. Nesse exato momento, milhares dos seus concorrentes estão fazendo exatamente isso; se você quer ter alguma chance de superá-los, será necessário aprender a ir além. Não se trata do quanto você estuda, mas sim da forma como você faz isso. Três horas de estudo bem aplicado valem infinitamente mais que oito horas aplicadas sem direcionamento.
- Ao contrário do que dizem por aí, concurso não se faz “até passar”. Concurso se faz PARA passar, sim – e isso pode ser feito com poucas tentativas, e diretamente para o cargo que você escolher.
- Nunca entregue o comando da sua preparação a NINGUÉM. Nenhum curso ou material conterá o caminho perfeito e acabado até o cargo que você deseja conquistar. E é importante que você entenda: eu não estou apenas dizendo que o candidato precisa “se esforçar, além de assistir às aulas”, porque eu sei que você já faz isso. Quando eu falo de “não entregar o comando dos estudos”, eu quero dizer que um bom candidato possui autonomia para saber que caminho tomar nos estudos, inclusive quando isso envolve divergir do plano traçado pelos professores, pelos livros e pelas apostilas. Todo bom concurseiro é extremamente crítico, e conhece detalhadamente cada um dos pontos fortes e fracos de cada curso, livro e apostila.
- Não, não é necessário que você sofra demais para ser aprovado. Noites sem dormir, isolamento social e descuido com a saúde não são sinais de dedicação e disciplina: essas coisas apenas indicam que o candidato estuda de forma ineficiente, e tenta compensar as próprias falhas através do esforço bruto. Spoiler: isso não funciona. Se o candidato estuda de forma errada, fazer isso por mais horas a cada dia não trará nenhum resultado diferente.
Eu poderia ficar várias horas escrevendo sobre como passar em concursos – na verdade, farei isso por meio de inúmeros artigos, então se inscreva bem aqui, no final desta página, para não perder nenhum conteúdo. Contudo, por enquanto, eu já ficarei muito feliz se você apenas sair desta página com a pulga atrás da orelha, se perguntando: “será que existe algo a ser melhorado na forma como eu me preparo para concursos?”
Quando um concurseiro aprende a se fazer essa pergunta, finalmente começa a nascer um candidato bom de verdade.
Caso esteja perdido, basta pegar uma cópia do Minimapa da Aprovação – um guia totalmente gratuito que te ajudará a transformar seus estudos, e está disponível em algum lugar aqui no site.
Te desejo sorte na sua jornada… e conte comigo para te ajudar a chegar lá.